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E A EDUCAÇÃO DO NOSSO POVO... COMO VAI?
 
 
Joãozinho era um desses alunos aplicados e de conhecimento destacado dentro de uma sala de aula de ensino de nível médio formada por quarenta alunos de um curso de Filosofia que querendo adquirir mais conhecimentos acerca de um dos temas tratados por essa disciplina, perguntou ao seu professor:

- Professor, o senhor poderia me dar uma definição a respeito da palavra educação e qual é a finalidade dela na formação do nosso povo?

Seu professor, um docente muito bem preparado, sem esboçar muito esforço, respondeu:

- Numa definição bem simplificada, educação é o ato ou efeito de educar(-se) e numa definição mais ampla, é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. Exemplos: educação da juventude; educação de adultos; educação de excepcionais.

De uma forma mais genérica a educação é o cabedal científico e os métodos empregados na obtenção de tais resultados, e aí temos a instrução e o ensino, propriamente ditos.

Educação também é o ato de ensinar e adestrar animais; a arte de cultivar as plantas e arte de fazê-las reproduzir nas melhores condições possíveis para se auferirem bons resultados - concluiu.

Joãozinho, mesmo se sentindo um pouco convencido com a resposta detalhada do seu professor, mirou fixamente nos olhos dele e decidiu contestá-lo:

- Professor, eu acho que esta sua resposta, apesar de um pouco prolixa, não satisfez a minha curiosidade por completo. A educação a que me refiri é aquela de caráter ético e moral, ausente na composição atual da Lei das Diretrizes de Base do nosso sistema educacional.

No meu entender, a educação que é ministrada nos dias de hoje deveria se preocupar em despertar nas crianças, adolescentes e jovens, sentimentos tais como o civismo, a honestidade, o brio, a vergonha, a honradez, a probidade, etc., os quais são de fundamental importância na formação de todas as pessoas e em todos os níveis, indistintamente.

O professor sentindo-se meio acuado com aquela “colocação” um tanto quanto provocante do seu aluno, mesmo em se considerando o momento político e social delicado que o nosso país atravessava, não deu muita “corda” para o seu pupilo, sobretudo por não querer se aprofundar um pouco mais naquela discussão meio complexa, contudo, ele disparou:

- Joãozinho, você não está querendo que mudemos, de uma hora para outra, os conceitos morais, éticos e filosóficos de um povo, fazendo com que os seus integrantes passem a agir de forma amadurecida e diferenciada, como num passe de mágica?

O garoto respirou fundo, analisou bem o “recado” do seu professor e respondeu:

- Meu caro professor, eu não tenho a pretensão de mudar sozinho os conceitos morais, éticos e filosóficos de um povo, não. Essa tarefa compete a cada um de nós, em específico. No momento eu só estou querendo saber qual seria a sua opinião acerca do assunto, por isso eu gostaria que o senhor me respondesse esta última pergunta:

- Com toda sua experiência didática, o senhor acha que seria possível, através da aplicação plena dos conceitos básicos da nossa educação vigente, mudarmos para melhor o comportamento moral e ético da nossa gente, principalmente daquelas pessoas que têm o condão de conduzir o destino político e social do nosso país? – quis saber.

O professor, numa atitude pouco recomendável para um educador, retirou-se daquele recinto, de forma bem sorrateira, deixando seu aluno sem a resposta que ele queria obter...
Germano Correia da Silva
Enviado por Germano Correia da Silva em 17/09/2006
Alterado em 06/05/2020

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